Cuidados

Cuidados – orientações importantes que podem evitar complicações.

 

Pré-Natal

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Problemas bucais da gestante

Gengivite gravídica
É uma resposta inflamatória exagerada em relação a fatores irritantes que causam a gengivite comum, podendo ocorrer ainda aumento da mobilidade dentária, do fluido gengival e da profundidade da bolsa por alterações no equilíbrio hormonal.

Risco
Estudos apontam que a gengivite gravídica está diretamente ligada a partos prematuros e em que a criança nasce abaixo do peso normal.

Tratamento
Meticulosa higiene oral (escovação e uso de fio dental) com acompanhamento do dentista.
– A gengivite gravídica, embora acentuada pelos hormônios circulantes na gravidez, só ocorrerá na presença de placa bacteriana.

Cárie
A gravidez não é responsável pelo aparecimento de cáries nem pela perda de minerias dos dentes. O aumento da atividade cariogênica está relacionado a alteração da dieta (por comer mais) ou por ter a boca mais ácida pelos vômitos ou por deficiência na higiene bucal.

Tratamento
Controle da higiene oral (escovação e fio dental) e, caso a cárie esteja instalada, remoção da cárie pelo dentista. O cuidado será com o uso de anestésico que não deverá conter adrenalina.

Urgências
Dor decorrente de abcessos agudos, fraturas dentais, pulpite, inflamações, etc.

Tratamento
Deve ser realizado independentemente do período da gravidez. O cuidado será com o uso de anestésico que não deverá conter adrenalina.

Tratamento odontológico na gravidez
A gestante pode ser atendida em qualquer idade gestacional, no entanto, o segundo trimestre é o momento mais oportuno por ser uma fase de estabilidade.

Primeiro Trimestre – Formação do bebê.
Segundo Trimestre – Período de escolha para realização de procedimentos odontológicos.
Terceiro trimestre – Qualquer complicação pode acelerar o parto.

Todo tratamento e medicamento prescrito precisa ser avaliado pelo médico ou dentista quanto a sua real urgência.

RX
O uso da radiação deve ser realizado dentro das prerrogativas acima, com o uso do colete de chumbo protegendo bem a barriga da gestante.

Anestésico
Existem anestésicos no mercado que podem ser usados com segurança tanto nas gestantes como nos idosos, cardíacos e crianças.

 

Desenvolvimento do Feto

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Fissuras lábio – palatinas

Fissuras labio – palatinas

Fissuras labio – palatinas

Malformação do terço médio da face, que se devem à falta de fusão dos processos maxilares e palatino, ocorre entre a 4ª e 12ª semana de gestação. A etiologia das fissuras congênitas da face é desconhecida. Os fatores hereditários, os fatores ambientais e a interação entre ambos são considerados como predisponentes ao desenvolvimento das fissuras lábio palatinas.

Dentre os fatores ambientais: fatores nutricionais (carência de minerais e vitaminas) químicos (uso de drogas: esteroides, anticonvulsionantes, ansiolíticos, fumo e álcool), endócrinos (alterações hormonais) e infecciosos (doença infecciosa no primeiro trimestre de gestação, tais como: toxoplasmose, rubéola, sífilis, malária, difteria, pneumonia e escarlatina).

As fissuras podem ser uni ou bilateral:

–  Fissura Labial – só do lábio (ou pré alveolar)
–  Fissura Palatina – só do palato (ou pós alveolar)
–  Fissura Labiopalatina – do lábio e do palato (ou alveolar)

Diagnóstico: é feito através do exame ultrassom morfológico e após o diagnóstico a gestante deve ser encaminhada a uma equipe especializada.
Tratamento: a equipe composta por vários profissionais (entre eles cirurgião-dentista, médico pediatra, cirurgião plástico, fonoaudiólogo e psicólogo) iniciará o tratamento neonatal, promovendo assim adequada reabilitação estético-funcional e perfeita integração sócio-psicológica.

 

Cirurgia:

Fissura labial – a recomendação é corrigir nas primeiras 24h a 72h depois do nascimento para reconstituir o lábio superior e reposicionar o nariz, pois quase sempre existe um desabamento da asa do nariz, por falta de apoio do músculo que está solto daquele lado.

Fissura labiopalatina – a conduta preconizada é realizar a cirurgia nem cedo demais para não afetar o crescimento do osso, nem tarde demais para não prejudicar a fala. Preconiza que seja em fases entre 3 a 24 meses, iniciando pelo fechamento do palato mole. O fechamento completo precoce do palato anterior e posterior podem produzir alterações dentárias significativas. Enquanto esperam pelo final da reconstituição, as crianças usam um aparelho ortodôntico, que cobre a fenda palatina e permite que se alimentem.
Prevenção: aconselhamento genético em famílias onde já houve caso de fissura, evitar contato com os fatores ambientais descritos acima, dieta equilibrada e uso do ácido fólico, prescrito pelo médico para o primeiro trimestre da gravidez. O ácido fólico é fundamental na prevenção das fissuras.
Não se auto-medique: O uso de medicamentos sem o conhecimento do médico podem afetar o bebê em formação!

 

Formação dos dentes

Os “dentes de leite” começam a se formar a partir da 6ª semana e os dentes permanentes a partir do 5ª mês de vida intra-uterina.
Condições desfavoráveis durante a gestação podem trazer alterações nos dentes em fase de formação e mineralização. (ex: uso de medicamentos, infecções, carências nutricionais, etc).

Importante que a gestante tenha uma dieta balanceada, constituída por diferentes grupos de alimentos (carnes, frutas, legumes e verduras, cereais, leite e derivados).

Entre a 6ª e a 10ª semana – início da odontogênese (formação dos dentes) decíduos.
4 meses – Início da mineralização dos dentes decíduos (incisivos) e formação das papilas gustativas. Nesse momento é muito importante o controle da DIETA materna, pois suas preferências nesse período poderão determinar as preferências futuras do bebê. Orientar por uma dieta rica em frutas e verduras e pobre em açúcares ajudarão no desenvolvimento do paladar do bebê para esses tipos de alimentos.
5 meses – Início da odontogênese dos incisivos e primeiros molares permanentes e evolução da mineralização dos decíduos (caninos).
6 meses – Início da odontogênese dos caninos permanentes e evolução da mineralização dos decíduos (molares).
7 e 9 meses – Início da odontogênese dos primeiros e segundos pré-molares e início da mineralização dos incisivos e molares permanentes. A mandíbula está retruída (para trás) em relação à mandíbula.

 

Importância da Dieta da Gestante

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A alimentação da gestante não deve ser restritiva, isto significa que ela não deve deixar de consumir alimentos fontes de açúcar, bem com óleos e gorduras, porém, isto deve ser feito com moderação.
Durante a gravidez é muito importante que a mãe consuma alimentos variados, para assim, garantir o aporte de energia, vitaminas e minerais necessários para o desenvolvimento do feto.
Em especial no primeiro trimestre de gravidez que é a fase de formação de órgãos, há uma grande necessidade de ácido fólico, uma vitamina do complexo B, fundamental para evitar má formação no bebê.

Apenas o médico poderá prescrever o uso de qualquer suplemento nutricional.

Uma alimentação saudável e adequada para esse período se refletira até no futuro paladar da criança, pois aos 4 meses de gestação se dá a formação das papilas gustativas do bebê.

Existem estudos que orientam pela limitação do consumo de laticínios e derivados da alimentação. Consideram que a gordura saturada associada aos produtos químicos que são utilizados durante a sua produção, os tornam um alimento de alto risco. Outros estudos reportam o alto poder alergênico da proteína do leite e que ela seria responsável pelo aumento do muco, dificultando a respiração. Somos os únicos mamíferos que consomem leite na idade adulta. Isso deveria solicitar uma reflexão.

A sugestão é que a dieta seja a mais variada e diversificada possível. Uma dieta a base de um único alimento não deveria ser preconizada. Os lacticínios podem ser substituídos por legumes de folha verde, soja enriquecida e grãos de várias espécies, para substituir o cálcio.

 

Flúor na gravidez

A utilização de suplementos de flúor pré-natal está contra-indicada:

–  Não há estudos que demonstrem benefício para os dentes do bebê em desenvolvimento.
–  O flúor prescrito associado a outras vitaminas e sais minerais, reduz a absorção de cálcio importante para a gestante e o feto.
–  Não há uma relação segura entre dose e efeito.
–  Os conhecimentos atuais acerca do mecanismo de ação do flúor, referem seus efeitos benéficos após a irrupção (nascimento) dos dentes.
–  Risco de fluorose (mancha no esmalte dos dentes).

Fluorose

É um distúrbio de formação dentária causada por excessiva ingestão de flúor durante o período de formação e maturação do esmalte (amelogênese) tendo como resultado uma hipomineralização dos tecidos dentais duros.

Aspectos clínicos: variam de acordo com a gravidade da lesão. Desde opacidades no esmalte a erosões completas do esmalte dentário.

Período de suscetibilidade é até os 6 anos de idade.

Quando bem indicado e após erupção dos dentes, o flúor local pode ser um excelente recurso à disposição do profissional no controle da cárie.

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Pós-Natal

Dente Natal ou Neo-Natal:

Pode acontecer de dentes de leite que erupcionam (nascem) logo após o nascimento (dente natal) ou por volta de 2 a 3 meses de idade (dente neonatal).

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Tratamento – Consulte um odontopediatra que irá verifcar a necessidade de extração em casos onde:

–  Haja mobilidade e implantação superficial, pois há o risco de aspiração do dente
–  Haja desconforto na amamentação com prejuízo para mãe ou bebê.

O dente pode fazer parte da dentição decídua ou ser um supranumerário. Em casos de supranumerário a extração é indicada.

 

Freio lingual curto

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O freio lingual é uma prega de tecido localizada embaixo da língua e que se insere na parte de trás da gengiva inferior. Considera-se o freio curto, quando há restrição aos movimentos da língua.

Essa restrição pode prejudicar a amamentação e, posteriormente, o desenvolvimento da fala.

O tratamento nos casos em que o freio curto compromete a amamentação e ganho de peso do bebê é a frenectomia.

É um procedimento, relativamente simples, com anestésico tópico. Pode ser realizado com poucos dias de vida.

 

Crianças de 0 a 6 meses de idade:

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A visita ao odontopediatra é importante para que a mãe seja orientada quando à importância da dieta, da transição alimentar, higiene bucal e hábitos bucais.
Aleitamento exclusivamente materno – Estudos confirmam que o alimento natural ajuda a reduzir o índice de cárie.
Aleitamento artificial – Importante lembrar que, na maioria das vezes, o leite é acrescido de alguns complementos como farinha e açúcar, o que aumenta seu teor cariogênico.

 

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Depois que os dentes nascem, a higienização é fundamental!

A limpeza dos dentes pode ser realizada com o uso de uma gaze (ou fralda) embebida em água filtrada passando delicadamente nos dentinhos. O uso de escova pequena com cerdas macias ou dedeiras, apropriadas para a idade, também é recomendado. O hábito de escovar os dentes após as refeições deve ser incentivado, mas é importante dizer que a escovação antes de dormir é a mais importante!

 

Cronologia de irrupção

Crianças de 6 a 30 meses de idade.

A criança ao nascer, já apresenta todos os dentes da primeira dentição (dentes de leite) em formação.
Durante o 1º ano de vida o primeiro dente pode erupcionar (nascer) a qualquer momento.

Os dentes do bebê geralmente aparecem na mesma sequência, porém a época do aparecimento do 1º dente é muito variável, há crianças com o 1º dente aos 2 ou 3 meses e outras somente após 1 ano de idade.
Um atraso pode ser considerado normal em torno de mais de 6 a 8 meses da idade sugerida.

Sequência e cronologia de erupção dos dentes decíduos:

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Distúrbios de irrupção

Durante o nascimento dos dentes poderão ocorrer alguns sintomas, como coceira e abaulamento da gengiva, aumento da salivação, estado febril e até as fezes podem ficar mais líquidas.

O bebê fica muito irritado. Para ajudar o rompimento dos dentinhos e melhorar esse desconforto, devemos oferecer ao bebê, alimentos mais duros e mordedores de borracha que irão massagear a gengiva.

Colocar os mordedores na geladeira por alguns minutos também ajuda minimizar a dor.

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Crianças de 6 a 12 meses de idade

É a época de irrupção da dentição decídua e necessidade de introdução de novos alimentos, bem como introdução da colher e copinhos.

Aos 6 meses – Início de alimentação pastosa como sopinhas de legumes passadas na peneira e frutas raspadas.

Entre 8 e 9 meses – Entram os semi-sólidos, alimentos cozidos em pedaços.

Por volta de 12 meses – Entram os sólidos e a criança já deve ser capaz de mastigar arroz, bolacha, carnes, saladas e frutas.

Evite adoçar para que o bebê aprenda a gostar do sabor natural dos alimentos.

Com esses cuidados você estará estimulando e propiciando adequado desenvolvimento das arcadas dentárias e correto posicionamento dos dentes.

 

Amamentação

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O aleitamento natural se constitui no cuidado mais completo que se pode dar ao bebê, da alta capacidade nutritiva ao poder de imunização, do prazer físico à necessidade psicológica, da estimulação adequada à boca e ao sistema respiratório.

O leite materno é especificamente adaptado para atender as necessidades nutricionais do bebê, que além de providenciar energia para o seu desenvolvimento e crescimento, fornece proteção contra infecções e condiciona o trato intestinal do recém-nascido para futuramente receber os alimentos.

A criança que é amamentada em livre demanda, e somente no peito, recebe líquidos e nutrientes em quantidade e qualidade suficiente para hidratá-la, não necessitando de complementos.

Para o bebê retirar o leite do peito, cerca de 20 músculos orofacais trabalham ativamente para que ele mame de forma eficiente e também para que ocorra o correto desenvolvimento da face e dos dentes.

O recém-nascido tem a mandíbula pequena e retraída (posicionada para trás). Os movimentos que ele realiza para extrair o leite das mamas favorecem o crescimento da mandíbula, proporcionando posição ideal para o surgimento dos dentes.

O bebê amamentado no peito cria hábitos corretos de deglutição (engolir), de respiração (reduzindo as chances de se tornar um respirador bucal) e também fortalece a musculatura, auxiliando futuramente a correta mastigação.

Crianças amamentadas até os seis meses de idade, tem menos probabilidade de desenvolverem a cárie dentária.

Importante ressaltar que os bebês em aleitamento não devem usar chupeta ou outro bico artificial antes do 1º mês de vida, para evitar a confusão de bicos.

Apenas após o 1º mês, quando a amamentação já estiver estabelecida e o bebê ganhando peso, é que se poderia iniciar o uso, mas apenas para dormir.

O uso da chupeta não é recomendado e é, em muitos casos, responsável pelo desmame precoce.

A amamentação deve ser incentivada e preservada por todos!

 

Dificuldades na amamentação

A mãe deve ser orientada quanto à pega e posição correta na hora da amamentação.

O bebê deve abrir uma grande boca e abocanhar toda a aréola e deve ficar em uma postura vertical e de frente para a mãe.

Quando isso não acontece e o bebê apenas suga o bico do peito podem ocorrer fisuras, mamas cheias e ingurgitadas.

Por outro lado, um dos grandes benefícios em amamentar o bebê na posição vertical é que estaremos evitando problemas respiratórios, auditivos e de deglutição.

Leia Mais sobre Amamentação

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Hábitos Bucais

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Dentre os hábitos bucais podemos citar: a respiração bucal, sucção de dedo, chupeta ou lábio, uso da mamadeira, bruxismo, onicofagia (roer as unhas).

Os hábitos bucais podem interferir no desenvolvimento correto da criança, podendo levar a alterações oclusais como:

  • Alterações no posicionamento dos dentes
  • Desvio do crescimento dos ossos da maxila e mandíbula
  • Alterações na deglutição (ato de engolir)
  • Alterações na fonação (fala)

Para que a má oclusão se instale, devemos observar:

Intensidade do hábito – quantas horas por dia.
Duração do hábito – quanto maior o tempo de uso, maiores as seqüelas.
Biotipo da criança – padrão hereditário (caso algum dos pais apresentem algum tipo de má oclusão).

Importante ressaltar que a criança amamentada em livre demanda, na maioria das vezes, tem sua necessidade fisiológica de sucção suprida.

A introdução de chupeta e mamadeira é realizada pelos pais e reflete um inconsciente coletivo de que os bebês precisam desses artifícios. São eles então, responsáveis por esse hábito, já que o administram.

Muitas crianças, inclusive, rejeitam e não aceitam chupeta nem mamadeira.

 

Remoção de hábitos

Importante lembrar que todo processo de remoção de hábitos deve ser lento e gradativo. É necessário compreender e procurar a causa do hábito. O apoio familiar é muito importante! Devem-se evitar chantagens, punições ou castigos. Vale mais conscientizar a criança sobre os efeitos causados nos dentes e estimular, através de programas educativos, para que deixe o habito.

Caso a remoção do hábito seja antes dos 2 anos de idade, em alguns casos, as alterações causadas podem regredir naturalmente, sem a necessidade de uso de aparelhos.

Algumas dicas:

Remoção de mamadeira:

Antes de remover a mamadeira, é importante substituir pelo copo uma das mamadas. Quando perceber que seu filho está aceitando bem, comece a “negociação” para substituição da mamada noturna. Esse processo pode durar de 2 a 6 meses, dependendo da criança e também do compromisso da família.
Para facilitar use copos com tampa, também chamados de copos de transição.

Outra “estratégia” usada por alguns é diluir gradativamente a mamadeira noturna, com isso o leite vai ficando sem sabor e a criança o rejeita. Oferecer um leite saboroso no copo e dizer que provavelmente é a mamadeira velha que está estragando o leite.
Importante lembrar que uma criança com mais de 3 anos consegue alimentar-se bem, sendo nutricionalmente, desnecessária a mamada durante a madrugada.
É um hábito nocivo, que oferece risco de cárie e deve ser retirado!

Copos de Transição

Ao falar de copos de transição, podemos imaginar três cenários:

  1. Criança amamentada exclusivamente no peito
  2. Criança amamentada no peito e mamadeira
  3. Criança que usa apenas mamadeira

Isso poderá nos dar uma noção da dificuldade ou facilidade que ocorrerá essa transição, como também da importância e urgência em introduzi-los.

Recomenda-se a amamentação exclusiva até os 6 meses e após esse período a oferta de outros líquidos.

O bebê é capaz de usar o copo comum, de tamanho infantil, com bordas arredondadas. A postura para segurar o copo e para engolir será ativa e isso deve ser estimulado.

A introdução da mamadeira incentiva o desmame precoce, provoca confusão de bicos e promove uma forma passiva de segurar e deglutir (engolir).

Muitos pais continuam usando a mamadeira para oferta de água e suco e essa é uma prática que deve ser evitada.

Embora o ideal seja o uso de copo comum, sabemos que ele não é tão prático.

Assim a busca pelo copo de transição ideal será aquele que mais se aproximar de um copo comum.

Qualquer copo que a criança precise sugar, através da formação de uma pressão negativa intra-oral não são funcionais e podem, ao trabalhar músculos errados, alterar o crescimento fisiológico dos ossos da face. Por exemplo, ao usar um canudinho muito fino a criança precisa fazer uma força muito grande nos músculos da bochecha (músculo bucinador). A pressão da bochecha comprime a maxila e pode torna-la atrésica. Como um problema leva a outro, na presença de atresia de maxila, a língua perde sua postura correta e altera a forma de deglutir e a fala. Como consequência, aumentam-se os riscos de desenvolver respiração bucal, má-oclusao, patologias respiratórias e distúrbios de fala.

O copo de transição deve ser escolhido não por ser o mais moderno ou o que faz mais sucesso com as mães ou com as crianças. Precisamos lembrar que assim como mamadeira, o copo de transição não é um acessório. É um instrumento e precisa de indicação, finalidade definida, avaliação do padrão de sucção do bebê e prescrição.

Cada caso é um caso.

Não há problema em usar um canudinho, em usar um bico, eventualmente. Mas há sim a importância em saber reconhecer quais são as necessidades individuais do seu filho.

A avaliação e orientação de um profissional, certamente fará a diferença.

Exemplo de um copo de transição ideal: http://bit.ly/1KylzLI

 

Remoção de chupeta:

Para remover a chupeta, deve-se reduzir o seu uso a cada dia. Comece utilizando moderadamente somente quando a criança estiver adormecendo.
Quando a criança dormir, lentamente, retire a chupeta da boca e guarde-a. A chupeta não deve ficar à disposição da criança. É a mãe que deve administrar as horas de uso da chupeta, e não a criança.Incentivar a autonomia da criança é muito importante.
Realçar as coisas típicas de bebê: fralda, chupeta, mamadeira e compará-las com as coisas novas dessa fase de “criança”. Vale falar dos copos do personagem preferido, do sorriso do super herói, do futebol com o pai, etc.

É papel dos pais na remoção de hábitos:

  • nunca oferecer
  • não deixar disponível
  • não levar quando sair
  • não comprar mamadeiras ou chupetas novas
  • restringir o uso ao momento de dormir – (Se quiser usar durante o dia, pode. Mas, será no berço!).
  • não oferecer mamadeira como substituto de refeição.

Importante sempre dar um reforço positivo à criança!

Remoção do Dedo:

Há uma grande discussão sobre o hábito de chupar o dedo. Muitos consideram pior do que o hábito de chupar chupeta. E que o melhor é estimular o uso da chupeta, pois é “mais fácil” de tirar.

Precisamos, mais uma vez, observar e compreender os momentos em que essa criança recorre ao hábito. É o mesmo dedo? Da mesma maneira? Quais são esses momentos? Qual o sentimento que a criança tenta suprir? O uso está relacionado a problemas que a criança enfrenta no ambiente familiar ou na escola? (separação dos pais, nascimento de um irmão, carência afetiva, competição ou discriminação por parte dos colegas).

Geralmente, a chupeta é usada quando os pais precisam que a criança se acalme, enquanto o dedo é usado quando a criança carece de conforto.

A grande diferença entre os dois hábitos é que o dedo está disponível para a criança quando ELA precisa. Enquanto a chupeta é oferecida quando os PAIS precisam…

Há bebês que sugam o dedo desde o útero. Essas crianças apresentam uma grande necessidade de sucção. O primeiro fator que irá contribuir para solucionar essa necessidade é a amamentação em livre demanda.

Esse então seria o primeiro passo.

Além do aleitamento materno a mãe precisará de muita paciência e carinho. Ao perceber que o bebê inicia a sucção, retirar o dedo delicadamente e oferecer o peito, brincar com as mãozinhas ou proteger as mãos com luvas são algumas opções.

Há bebês que descobrem os dedos durante a erupção dos dentes. Levam a mão à boca para aliviar os sintomas e acabam sugando os dedos e adquirindo o hábito nesse momento.

Há um grande desconforto na erupção dos dentes, pois coçam e doem. Mordedores são muito uteis e substituem a mão. Ofereça mordedores, preferencialmente gelados (coloque-os na geladeira antes de oferecer à criança). O alívio dado pelo mordedor fará a criança esquecer o dedo.

Quando a criança estiver com o dedo na boca, não recrimine, apenas tente distraí-la para outra atividade que tenha que fazer uso das mãos.

Para a remoção do hábito prepare-se para o processo consciente de que a paciência e o reforço positivo são peças-chave e que frustrações fazem parte dele.

A criança precisa entender, concordar e participar do processo.

A consulta a um profissional também ajudará. Ele também terá um papel importante na conscientização da criança. Devemos conversar explicando o porquê da remoção, fazendo reforços positivos, motivando com muito amor e compreensão. Deve-se usar muita criatividade, procurando distrair a criança.

Colocar um band-aid no dedo, amarrar um lencinho ou vestir uma luva no momento de dormir são algumas delas. Altas doses de amor, paciência e determinação, porém, continuam sendo os fatores essenciais para que a remoção do hábito ocorra de maneira positiva e sem traumas para a criança.

Aparelho para remoção de hábito bucal

Caso falhem todas as tentativas, podemos recorrer a aparelhos específicos para remoção de hábitos.

O hábito bucal envolve um aspecto emocional importante. A criança deve ser respeitada e compreendida para que possa ter um desenvolvimento saudável.

A necessidade de sucção faz parte da fase oral e deve ser suprida.

Esse aparelho possui um recurso denominado “mamilo” que permite que a criança faça a sucção, esgotando essa necessidade. Ao eliminarmos o hábito, damos condição para que o crescimento saia do padrão patológico.

Mamilo - Aparelho para remoção de hábitos

Mamilo – Aparelho para remoção de hábitos

 

Alimentação e Mastigação

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A mastigação é fator fundamental no crescimento equilibrado das arcadas dentárias e da face da criança.
Responsável por tonificar os músculos do rosto, modela a forma dos ossos e a posição dos dentes, além de ser a primeira fase da digestão dos alimentos.
Por isso é tão importante cuidarmos desta função.

Já no primeiro ano de vida, ocorre a transição entre a amamentação e o início da mastigação (com o surgimento dos primeiros dentes).
É essencial que o alimento fique cada vez mais consistente, duro e seco, a fim de estimular a eficiência da função mastigatória.

Essa transição depende de vários fatores: postura ereta da cabeça, posição espacial da mandíbula e presença de dentes. Pode durar vários meses, dependendo da velocidade de maturação dos principais eventos do desenvolvimento neuromuscular.

É um erro comum achar que o bebê deve comer papinhas batidas e peneiradas por muito tempo. Esse tipo de consistência não estimula a força dos músculos e o desenvolvimento dos ossos faciais.
As arcadas dentárias: superior (maxila) e inferior (mandíbula) devem trabalhar em harmonia.
A mandíbula possui duas articulações (ATM’s) que necessitam de equilíbrio para que uma não seja sobrecarregada em relação à outra. Por isso a importância da mastigação ser bilateral e alternada.

Durante a mastigação os lábios devem estar selados e os movimentos mandibulares devem ser bilaterais e alternados. Isso significa que a criança deve ser capaz de mastigar do lado direito e do lado esquerdo com a mesma facilidade e potência.

O mesmo se aplica a todas as outras faixas etárias: a consistência dos alimentos deve ser observada e cuidada. O ideal é haver variação e dar preferência a alimentos mais consistentes que precisam ser mastigados com mais intensidade e duração.
Qualquer dificuldade ou preferência mastigatória de um lado só, irá desencadear um desenvolvimento assimétrico. Que de início será apenas muscular, mas que com a frequência pode se tornar uma assimetria óssea.

A introdução de alimentos duros e mais secos irá necessitar de esforço muscular o que contribuirá para o perfeito desenvolvimento da fala e dos ossos da face da criança.
É um momento que requer muita paciência, pois as crianças cospem, engasgam, fazem caretas. Muitas mães pensam que é uma rejeição da criança ao alimento, mas é apenas uma adaptação às novas texturas e novos sabores.

 

Leia mais sobre Mastigação

 

Higiene Bucal e Cárie

Placa bacteriana – Principal causa de cáries, gengivites e periodontites. Película pegajosa e transparente que se forma sobre a superfície dos dentes, ao redor das gengivas, composta por bactérias que decompõem os restos alimentares, produzindo ácidos que atacam os dentes e gengivas.

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Tártaro – é a placa bacteriana amadurecida e envelhecida. Apresenta-se em forma de placas calcificadas.

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Gengivite – Inflamação das gengivas causada pelas bactérias presentes na placa bacteriana.

Características: vermelhidão, inchaço, sangramento e gengivas sensíveis.

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Periodontite – Fase mais avançada de gengivite.

A principal causa de perda de dentes entre adultos é a doença periodontal.

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A placa bacteriana com o tempo poderá se mineralizar formando o tártaro ou cálculo gengival. Juntos a placa e o tártaro, deslocam a gengiva através da destruição das fibras que unem o dente ao osso (ligamento periodontal). Se os fatores irritantes (placa e tártaro) não forem removidos, a estrutura óssea que sustenta o dente poderá ser comprometida e, em longo prazo, poderá ocorrer perda do dente.
Além da placa bacteriana, outro fator desencadeante da doença periodontal é o trauma oclusal (tanto a falta como o excesso de carga) sofrido pelo dente durante a mastigação.

Características: Sangramento gengival ao escovar os dentes, reabsorção óssea, presença de bolsas periodontais, presença de pus e mau hálito.
A mobilidade ou afastamento dos dentes: mudança na maneira como os dentes se encaixam (trauma dental ou falta de função do dente) podem sinalizar alterações no periodonto.
No entanto, você pode ter doença periodontal e não ter nenhum destes sintomas, daí a importância da visita regular ao dentista.

Para prevenir a doença periodontal, deve-se remover a placa bacteriana dental, através de uma higienização correta. Cheque com o seu dentista se sua maneira de escovar os dentes está correta.

A limpeza profissional, com um dentista ou higienista, é necessária pelo menos duas vezes ao ano. Se você está em tratamento para doença periodontal podem ser necessárias visitas mais frequentes.

Estresse e problemas periodontais – Uma das hipóteses para essa ligação é a liberação do hormônio cortisol, ligado ao stress, que aumenta a susceptibilidade a inflamações em todo o organismo. Além disso, pessoas estressadas se preocupam menos com a higiene e alimentação.

A doença periodontal pode também estar relacionada à síndrome coronariana aguda.

As bactérias presentes na cavidade oral podem cair na circulação sanguínea, o que aumenta o risco de complicações para pacientes portadores de doenças sistêmicas, com destaque para a Endocardite Infecciosa.

Esta é uma doença severa, causada por microrganismos que atingem as válvulas cardíacas, por causas congênitas, por uso de próteses cardíacas ou por defeitos cardíacos anatômicos.

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Trauma Dental

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Os acidentes mais comuns que ocorrem na dentição de leite são os que envolvem bebês e crianças que estão aprendendo a andar.
Após a queda, o dente amolece em seu alvéolo ou é deslocado de sua posição original. Pode se deslocar para dentro do alvéolo (intruir) ou descer, dificultando o fechamento da boca.

O dentista deve ser consultado – É necessário um exame radiográfico para verificar a extensão do dano e acompanhamento para observar a evolução do caso.
O dentista deve também orientar os pais sobre os cuidados a serem tomados na área afetada, assim como sobre futuros problemas que poderão comprometer a dentição permanente.

É comum ocorrer, após 2 ou 3 dias do acidente, uma mudança de cor, um escurecimento da coroa do dente. Essa mudança é um sinal do derramamento de sangue que ocorreu devido ao trauma.

Nos dentes de leite, nem sempre uma mudança de cor da coroa significa perda da vitalidade e em muitos casos, a cor poderá retomar ao seu normal.

O organismo pode reabsorver esse sangue e a cor do dente voltar quase à cor natural dos dentes, mas pode ocorrer também o aparecimento de uma fístula de pus na gengiva acima do dente. Esse é um sinal de que o dente perdeu vitalidade e houve necrose – o tratamento de canal é necessário.

 

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Importante Após o trauma na dentição decídua é necessário o acompanhamento do dentista por haver possibilidade de danos para a dentição permanente. Observe na figura abaixo que os dentes permanentes já estão em formação e estão em íntima relação com os dentes decíduos.

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Dente fraturado

As fraturas podem comprometer apenas esmalte, esmalte e dentina ou ainda esmalte, dentina e raiz com comprometimento pulpar.
A melhor maneira de se evitar fraturas nos dentes é preveni-las. Assim, no caso de esportes, como andar de bicicleta, andar de “skate”, basquete, vôlei, jogos de futebol ou “rugby” e outros esportes coletivos é importante o uso de protetores bucais.

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Avulsão

Perda total de um dente. Em certas circunstâncias, como impactos horizontais é comum acontecer um deslocamento total do dente.

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Para que aumentem as chances de salvar esse dente é fundamental alguns cuidados.
Se o dente for de leite, a colocação do dente de volta em seu lugar NÃO é indicada; a probabilidade de sucesso é mínima.

Já no caso do dente permanente, o reimplante é indicado.

Para que se obtenha sucesso no reimplante é necessário:

Manter a calma e fazer a criança morder uma gaze ou um pano limpo com pressão para que se possa controlar o sangramento.

LEMBRE:

  •  Pegue o dente somente pela coroa.
  • Não toque na raiz.
  • Resíduos devem ser cuidadosamente retirados do dente com soro fisiológico ou leite morno.
  • Não esfregue o dente.
  •  Coloque o dente de volta no seu lugar (no alvéolo) na boca da criança.
  • Observe a posição de encaixe do dente.
  • Faça a criança morder uma gaze ou pano limpo, para que o dente se mantenha na posição.
  • Procure imediatamente um dentista.

Caso você não consiga colocar o dente em sua posição, mantenha-o em uma solução de soro fisiológico ou em leite morno ou mesmo na boca da criança (debaixo da língua) e procure imediatamente um dentista.

O resultado final de um reimplante depende muito do período que o dente ficar fora do alvéolo e da conservação do mesmo nesse período.

O dente deverá ficar fora de seu alvéolo o menor tempo possível.
O dente reimplantado deverá ser “fixado” pelo dentista em sua posição e ter o seu canal tratado; mesmo assim com o decorrer do tempo, haverá uma diminuição do tamanho de sua raiz.

O tempo médio da permanência de um dente reimplantado na boca é de 1 até 5 anos; muitas vezes esse tempo é o necessário para que a oclusão se defina e novas condutas possam ser tomadas.