Prevenção e Tratamento
Prevenção é a conduta terapêutica, antes ou durante a enfermidade, para impedir que ela se instale e/ou progrida a fim de alcançar a cura parcial ou total.
Objetivo: Impedir a instalação da respiração bucal e corrigir suas seqüelas.
Fatores educacionais:
Orientar sobre a importância e estimular:
- Respiração nasal
- Amamentação natural
- Mastigação efetiva (alimentos duros e secos)
Orientar sobre a os efeitos nocivos e eliminar:
- Hábitos bucais
Percebendo pequenos desvios:
Encaminhar ao otorrinolaringologista ou alergista para:
- Tratar possíveis alergias ou obstruções mecânicas à respiração nasal
O dentista irá atuar em:
- Desgaste seletivo (pequenos desgastes no esmalte do dente)
- Orientação mastigatória (bilateral e alimentação apropriada)
- Pistas diretas (resinas sobre os dentes)
Desvios já instalados:
Encaminhar ao otorrinolaringologista ou alergista para:
- Tratar possíveis alergias ou obstruções mecânicas à respiração nasal
No consultório odontológico:
- Uso de aparelho para correção da forma das arcadas dentárias
Caso haja correção da forma das arcadas dentárias sem o devido restabelecimento do padrão correto de respiração nasal, haverá recidiva do tratamento. Nesse momento, é importante:
- Encaminhar ao fonoaudiólogo para reeducação muscular e respiratória.
Iimportância e indicação da cirurgia de Amigdalectomia
Todo e qualquer tratamento de doenças se dá de acordo à gravidade das mesmas.
Seguindo os princípios da homeopatia, o doente adoece antes mesmo de a doença aparecer no corpo físico. Assim, a promoção da sáude se dá quando valorizamos e estimulamos aspectos fundamentais de qualidade de vida: alimentação saudável, sono reparador, lazer e afeto.
Então, a resposta do sistema imunológico será adequada frente a todo tipo de agressão normal que enfrentamos, seja ela de caráter emocional, físico ou químico. O desequilíbrio do sistema como resposta será passageiro, retornando ao seu estado de normalidade.
Em casos onde o sistema imunológico não consegue uma resposta tão equilibrada, o corpo adoece e precisamos usar de recursos medicamentosos. Desde a medicina homeopática à alopática, há inúmeras possibilidades complementares para a recuperação desse equilíbrio. O corpo pede repouso, o sistema imunológico é estimulado e após um período médio de 10 dias, o corpo se restabelece.
Mas, há casos em que a doença instalada está tão crônica que já não há condições básicas de qualidade de vida. Esse é o caso do respirador bucal crônico. É impossível ter qualidade do sono – que é um dos aspectos fundamentais de equilíbrio do sistema.
A hipertrofia das adenoides, assim como das amigdalas palatinas, é muito comum na infância. As adenoides já existem desde a idade lactente, atingindo seu maior volume no decorrer da primeira infância e sofrendo involução fisiológica durante e após a puberdade.
Os sintomas de hipertrofia de adenoides são de ordem de obstrução nasal, o que determina respiração bucal de suplência, presença e estagnação de exsudatos catarrais ou purulentos nas fossas nasais, e tendência a surtos de otites médias aguda de repetição, otite média crônica do tipo secretor, e sinusopatias. A criança dorme de boca aberta, ronca, baba no travesseiro, tem sono agitado. Há facilidade para surtos de resfriados, tosse espasmódicas, rouquidão e até laringite estridulosa, além da voz anasalada.
Com o passar do tempo, a obstrução nasal dá origem a deformação dos traços fisionômicos – facies adenoideana – boca entreaberta, lábio superior elevado, fisionomia inexpressiva e tendência a babar. O palato (céu da boca) torna-se elevado e, com frequência há prognatismo da arcada superior. O atraso mental e os diversos distúrbios no desenvolvimento esquelético, principalmente tórax, são frequentemente associados.
As otites de repetição podem ser comuns e acarretam comprometimento auditivo em crianças que estão justamente na idade de aquisição de linguagem e escrita.
A amigdalite crônica é o processo inflamatório crônico das amígdalas palatinas, caracterizado por crises inflamatórias agudas de repetição (mais de quatro por ano), acompanhada de febre, placa purulenta, linfadenopatias, inapetência e perda de peso.
Em casos extremos é indicada a cirurgia como tratamento da doença. Isso porque os órgãos deixaram de desempenhar a capacidade imunitária, passando a ser foco de infecção e agredindo o organismo através do impeditivo às funções normais.
As indicações para a amigdalectomia passam por linhas básicas que nos orientam:
Indicação Absoluta para a cirurgia:
- formação de cor pulmonale – por obstrução crônica das vias aéreas (hipertrofia acentuada das amígdalas e adenoides), com aumento de CO2 e redução de PCO2
- hipertrofia de amígdalas e/ou adenoides associada a quadros de apnéia noturna
- hipertrofia de amigdalas palatinas, a ponto de causar disfagia, com consequente perda de peso e mau desenvolvimento geral
Indicação Relativa para a cirurgia:
- episódios recorrentes de amigdalites verificados pelo médico (mais de quatro por ano), afastado previamente imunodeficiência
- hiperplasia amigdaliana permanente, determinando obstrução das vias aéreas superiores
- história de febre reumática com dano cardíaco associado à amigdalite crônica recorrente, com controle antibiótico ineficiente
Para indicação de adenoidectomia devemos observar:
- adenoidites crônica ou hipertrofia de adenoide associada a surtos de otites médias agudas recidivantes ou otites médias crônicas secretoras
- adenoidite crônica associada à otite média crônica supurativa, rinofaringite ou sinusite de repetição
- hipertrofia adenoideana causadora de obstrução da via aérea ao nível da rinofaringe

Retirada de Amígdalas e Adenóide
(colaboração de Dr. Fernando Lerro – otorrinolaringologista)