Espiritualidade e saúde — Sim, é pra falar disso!
Embora pareça um tema “filosófico”, hoje há evidências científicas de que a espiritualidade tem papel relevante na saúde. A doença pode ser uma experiência física — mas também emocional, relacional e existencial. Precisamos, portanto, de um olhar que escute medos, sentimentos e anseios do paciente; e de profissionais que estejam preparados para essa escuta e intervenção sensível.[
Importante esclarecer: espiritualidade não depende necessariamente de religiosidade.
É uma experiência universal de conexão — consigo, com a natureza, com os outros, com o transcendente. E essa conexão, segundo estudos recentes, pode funcionar como fator protetor da saúde mental.
Sua ação favorece o bem-estar duradouro ao otimizar mecanismos de regulação emocional e fortalecer a resiliência.
No cérebro, que nasce com potencialidades mas “não nasce pronto”, a neuroplasticidade — especialmente na primeira infância — garante que os circuitos de regulação emocional no córtex pré-frontal possam se desenvolver de forma saudável.
Quando visitamos essas conexões, promovemos um bem-estar duradouro: regulamos melhor as emoções, fortalecemos nossa resiliência.
Nesse sentido, para o desenvolvimento craniofacial — área em que atuo — e no neurodesenvolvimento até os 6 anos de idade, o ambiente emocional e de conexão importa.
O stress materno na gestação, por exemplo, gera aumento de cortisol, elevação da inflamação, alterações no microbioma, podendo afetar a neurogênese e o volume cerebral — com repercussões comportamentais.
Práticas como meditação, prece, gratidão e perdão têm sido associadas a liberações hormonais benéficas:
✅ Liberação de ocitocina, dopamina, serotonina
✅ Melhora na função imunológica, cardiovascular e digestiva
Outro estudo aponta que a espiritualidade está associada a melhores desfechos em saúde mental e física.
Para crianças e famílias, isso significa: criar ambientes de conexão, de escuta, de segurança emocional — para que respirar pelo nariz, crescer de forma equilibrada, mastigar, dormir bem, fique realmente no horizonte, e não seja apenas “resolver o aparelho”.
Uma metáfora para lembrar sempre:
Como propõe Peggy Jay Jenkins em Estimulando a Espiritualidade nas Crianças, “o que enche o balão é o que está interno, e não o que vem de fora”.
Assim, quando cuidamos da espiritualidade — no seu sentido mais amplo — estamos cuidando da criança inteira. E isso inclui maxilares, respiração, sono, relacionamento, vida.



