O laser é um dispositivo que produz um feixe de radiação eletromagnética, uma fonte de luz com vários comprimentos de onda que lhe conferem propriedades terapêuticas.

O que utilizamos no consultório é o de baixa potência ou laser terapêutico. Tem ação anti inflamatória, analgésica e bio-estimulante.

Para entender a ação do laser, vamos relembrar que a capacidade de o nosso organismo reagir às agressões do meio ambiente está diretamente relacionada aos antioxidantes circulantes.

Os radicais livres que produzimos são úteis quando defendem nosso organismo de alguma infecção, mas nossos inimigos se houver estímulo exagerado na produção dessas espécies reativas. Invadem as células, podendo causar mutações celulares, degeneração celular, doenças cardiovasculares, inflamação crônica, envelhecimento precoce e diabetes tipo II.

O excesso de radicais livres realmente pode danificar a saúde, com conseqüências até na queda de cabelo e manchas na pele.

Fumar, tomar sol sem proteção e exagerar no álcool são atitudes que aceleram a formação de radicais livres. Isso por que esses hábitos fazem com que as células se oxidem mais rapidamente. Até exercício físico em excesso contribui para isso. O aumento no consumo de oxigênio pelo corpo, causado por atividades exaustivas, também desencadeiam a liberação de radicais livres. Ou seja, esses hábitos funcionam como catalisadores que aceleram a reação de oxidação das células.

Por sua vez, os antioxidantes agem impedindo a formação das moléculas.

Os antioxidantes também são capazes de impedir o ataque dos radicais livres evitando a formação de lesões em nossas células, eles ainda podem reparar as lesões causadas pelos radicais removendo os danos e reconstituindo as células danificadas.

O Laser e a alimentação

Precisamos melhorar a alimentação como fonte de antioxidantes (vitaminas C, E, A, B-caroteno, flavonoides, catequinas e licopeno) e praticar esportes.

A alimentação deve incluir verduras verde-escuras, como brócolis, repolho, couve e espinafre, ricos em ativos antioxidantes. Frutas como maçã, morango, ameixa, banana e as ricas em vitamina C como a laranja, kiwi, abacaxi, tangerina e acerola também são poderosos anti radicais livres. Outros ingredientes ricos em betacaroteno, presente na cenoura, tomate, abóbora, papaia, pimentão, beterraba e pimenta vermelha também são excelentes armas contra a formação dos radicais livres. Batata, milho, ameixa, uva, pera e melão devem estar presentes na dieta, pois contêm agentes antioxidantes.

Em relação à atividade física, para se evitar a formação de radicais livres, pratique os exercícios entre 65-80% de sua frequência cardíaca máxima. Outras atitudes benéficas estão ligadas à respiração controlada e consciente e na correta escolha dos seus produtos cosméticos. A ação combinada das vitaminas C e E evita a desnaturação (desestruturação/alteração) das boas gorduras que protegem pele e cabelos da desidratação.

O laser age como antioxidante, reativando a enzima (que estava inativa pela acidez da inflamação local). O laser reativa e aumenta o processo anti-inflamatório sistêmico e reduz o stress oxidativo (que é a “proliferação” dos radicais livres)

Laser terapêutico

O laser de baixa potência, chamado de laser terapêutico tem ação:

• Antiinflamatória
• Analgésica

O efeito do laser é muito individual a cada paciente e como toda técnica é fundamental que se conheça bem os seus princípios básicos, principalmente porque os efeitos e o mecanismo de ação do laser são bastante complexos.

Quando colocamos luz/energia na célula (na dosagem certa) ela irá estimular e acelerar o processo. É necessário sempre rever o protocolo nos casos em que não houver resultado positivo.

O laser modula a inflamação: acelera a cicatrização, reduz a dor e o edema.

Laser na Odontologia

Há um campo vasto para o uso do laser na Odontologia. Para cada problema há um protocolo específico que deve ser seguido. O laser pode atuar nos seguintes pontos:

• Alívio da dor na ATM
• Alívio de dores pré e pós operatório
• Alívio de dor de origem pulpar
• Alívio de dor em tecido mole
• Aftas e úlceras traumáticas
• Herpes simples
• Herpes zoster
• Alveolite
• Gengivite
• Gengivite Hiperplásica
• Periodontia
• Ortodontia
• Reparação tecidual
• Redução de edema ou “inchaço” e de hiperemia que seria o aumento da circulação sanguínea local
• Pré Anestésico
• Hipersensibilidade dental
• Paralisia facial
• Líquen plano
• Nevralgias de Nervos
• Parestesias

A fotobioestimulação por laser tem sido empregada de maneira bastante eficaz após tratamento de canal, lesões traumáticas, promovendo uma reparação tecidual mais rápida e com padrão de qualidade tecidual superior.

Aumenta o fluxo sanguíneo, melhora a circulação, aumenta angiogênese (novos vasos sanguíneos), aumenta o transporte de O2 no sangue, melhora a condução nervosa do cérebro (neurotransmissores). Melhora do estado geral do paciente.

Clareamento a laser

O objetivo do clareamento, seja a laser ou caseiro, é a quebra da molécula do pigmento.

A vantagem do clareamento a laser é a rapidez e o menor tempo de contato entre o agente clareador e o esmalte, diminuindo ou eliminando a sensibilidade dentária.

Importante lembrar que o clareamento que usa apenas luz para ativar o produto é diferente do clareamento com laser, pois esse último possui analgesia.

Antes do clareamento a laser, deve ser suspenso o uso de produtos que bloqueiam os túbulos dentinários, impedindo ação do gel clareador:

• Pastas sensibilizantes
• Jato de bicarbonato
• Uso de colutórios
• Cigarros

Laser na Odontopediatria

O laser também pode ser indicado na clínica odontopediátrica, observando que o protocolo de uso é outro dado o peso e altura muito menores.

As indicações de uso são basicamente as mesmas dos adultos.

Tendo especial indicação nas erupções dolorosas e em casos de hipoplasia de esmalte.

Atuará diminuindo a sensibilidade nas erupções e com analgesia e indução de formação de dentina terciária nas hipoplasias.

Laser na Oncologia

Os efeitos colaterais dos principais tratamentos contra o câncer variam de paciente para paciente. Depende de vários fatores e podem ser diferentes quanto à intensidade e duração. Alguns pacientes poderão apresentar efeitos colaterais mais severos, outros mais leves e outros até mesmo não apresentarem.

Dentre os efeitos indesejados da quimioterapia e radioterapia na cavidade bucal, temos os principais:

• mucosite
• xerostomia
• cárie de radiação

A mucosite é uma inflamação da parte interna da boca e da garganta que pode levar a úlceras dolorosas e feridas nessa região. Inicia-se com eritema mucoso, edema, dor, podendo evoluir com hemorragia, xerostomia e infecção local. A candidíase é um exemplo comum de infecção local.

Laserterapia

Os benefícios do laser sobre a mucosite oral são evidentes e comprovados cientificamente. Os efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e bioestimulantes e sua ação sobre as lesões é um auxiliar muito importante no tratamento da mucosite que muitas vezes, impede o paciente de se alimentar adequadamente, debilitando ainda mais o indivíduo.

Já na primeira aplicação há diminuição da sintomatologia dolorosa, do quadro inflamatório e recuperação da mucosa, consequentemente melhora da qualidade de vida, com relação a aspectos simples como falar, mastigar e deglutir.

Age estimulando a atividade celular, resultando em uma cicatrização e reparação mais rápida da lesão. Além disso, estudos mostram que a irradiação com laser de baixa potência é uma técnica simples, segura, indolor e atraumática no tratamento da mucosite oral.