Respirador Bucal é o indivíduo que substitui o padrão correto de respiração nasal por um padrão bucal ou misto (buco-nasal).Esse padrão respiratório inadequado pode afetar progressivamente o desenvolvimento físico e psíquico do paciente, além de comprometer o desenvolvimento da face e das arcadas dentárias.
Respirador Nasal | Respirador Bucal |
Respiração Bucal Crônica – Quando se constata obstrução nasal por alguma alteração orgânica, como hipertrofia de adenóides e de amígdalas, desvio de septo, alergias, rinite, sinusite e bronquite.
Algumas alterações começam a ocorrer:
Em longo prazo, a respiração bucal pode acarretar prejuízos muitas vezes irrecuperáveis, como alterações musculares e ósseas da face, do tórax e na postura.
Importante lembrar que nos primeiros anos de vida, a velocidade de crescimento da face é maior que do crânio.
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A respiração bucal é uma síndrome com sinais e sintomas característicos.
Dentre eles:
– Problemas respiratórios (rinite, bronquite, otite, amigdalite)
– Lábios entreabertos e ressecados com gengivas inflamadas
– Céu da boca profundo, maxila atrésica, língua baixa
– Ronco, sono agitado e pesadelos
– Baba durante o sono (dorme de boca aberta)
– Olheiras e aspecto cansado
– Irritabilidade por noites mal-dormidas podendo ficar hiperativos ou sonolentos durante o dia
– Respiração barulhenta
– Por causa da flacidez na boca e na língua, o processo de mastigação e deglutição também ficam comprometidos
– Assimetria de face, narinas estreitas
– Come rápido, mastiga pouco, utiliza líquido para auxiliar na hora de engolir e prefere alimentos pastosos
– A fala, o sono e a concentração sofrem danos
A criança não precisa apresentar TODAS as alterações citadas acima, é importante que a família esteja atenta!
A importância do atendimento precoce significa melhor qualidade de vida para a criança!
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A Síndrome do Respirador Bucal prejudica o organismo muito além da simples alteração local respiratória, compromete também toda a postura do indivíduo.
Com a boca aberta a maior parte do tempo, a língua passa a ficar mais baixa junto aos dentes inferiores. Para melhorar a passagem do ar, há uma projeção da cabeça para frente, esticando o pescoço e alterando a postura da coluna.
– Ombros propulsados e caídos
– Escoliose, hiperlordose, hipercifose
– Abdômen proeminente
– Pés planos
– Mamas caídas
– Escápulas salientes
– Deformidades do tórax
Quando a cabeça se anterioriza os ombros rodam internamente, comprimindo o tórax, levando a alterações no ritmo e na capacidade respiratória, o que ocasiona uma respiração mais rápida e curta, criando uma deficiência de oxigenação.
A flacidez e a distensão da musculatura abdominal e do estômago ocorrem pela excessiva deglutição de ar, podendo provocar dores na região lombar.
Além deste sintoma, é comum aparecerem problemas digestivos, de fígado, incontinência urinária, dentre outros.
A posição da mandíbula é também responsável pela postura corporal, pois a relação entre as arcadas dentárias (a oclusão dentária) determina uma posição espacial do crânio e devido aos mecanismos em cadeias (grupos musculares e articulares) há compensações da coluna cervical, da cintura pélvica, dos joelhos e por fim dos pés em busca de equilíbrio corporal.
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Estudos apontam uma menor oxigenação cerebral quando se respira pela boca, o que prejudica o aprendizado.
O sono do respirador bucal não é reparador, pois é agitado e entrecortado com pesadelos.
É comum essas crianças apresentarem problemas intelectuais, tais como dificuldade de memorização de novos eventos, alterações da capacidade cognitiva e problemas com aprendizado. Podendo ser danoso o processo de alfabetização e consequentemente da aquisição da linguagem escrita.
Como o nariz não está funcionando adequadamente, o ouvido passa a não ser arejado como deveria. As funções auditivas de localização, discriminação, reconhecimento e organização ficam prejudicadas, favorecendo a certa imaturidade auditiva, impossibilitando ou atravancando o bom desenvolvimento da linguagem e da aprendizagem.
A criança não consegue prestar atenção durante a aula.
Para não dormir em aula, pode apresentar dois tipos de comportamento: inquieto, impaciente e impulsivo ou desatento e sonolento com cansaço e depressão.
O resultado disso é um rendimento muito baixo!
Ainda no ambiente escolar: respirando mal, cansa-se facilmente, não tem disposição para o esporte ou qualquer atividade física.
A socialização com outras crianças pode ficar comprometida, gerando sentimentos de angústia e inadequação.
Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade X Síndrome do Respirador Bucal.
Ainda no campo da hipótese, há um questionamento acerca das semelhanças de sinais e sintomas entre TDAH e SRB.
Estima-se que, em média, 5% das crianças em idade escolar possam apresentar TDAH, sendo que o sinal da SRB pode ser encontrado em 30% das crianças na mesma faixa etária.
A SRB provoca inúmeros problemas como deformidades na face, no céu da boca, nos dentes, alterações na fala, deglutição, mastigação e aumenta a incidência de doenças respiratórias.
Básicos: Hiperatividade, Impulsividade e Desatenção.
Dificuldade de organização, esquecimento de tarefas simples do dia-a-a-dia, falta de atenção e concentração, desânimo, impulsividade e inquietação.
Não ficam paradas na sala de aulas:
– Falam muito com os colegas
– Interrompem de maneira imprópria a professora
– Iniciativas descontroladas
– Tumultuam a classe com brincadeira fora de hora
– Apresentam desempenho abaixo do esperado
Ronco noturno, apnéia, rinites, sinusites, bronquites, problemas dentários como mordida aberta e cruzada, palato estreito e ogival (céu da boca alto).
Olheiras, perda de audição e otites, flatulência (gases), alterações de postura, de voz e na fala, comprometendo a qualidade de vida da criança e seu desenvolvimeto global.
O estresse neste processo de respiração pela boca é tanto que a criança não dorme satisfatoriamente, ficando ansiosa, sonolenta, com déficit físico e mental.
Estudos apontam menor oxigenação cerebral o que prejudicaria o aprendizado.
Ainda não se sabem as causas do TDAH. Existe a hipótese de que neurotransmissores como a dopamina e a noradrenalina estejam envolvidos com o transtorno.
Condições alérgicas (rinites), anatômicas (alterações de septo, hipertrofias de tecidos) e funcionais (falta de aleitamento materno, sucção de chupeta, dedo, postura errada da mamadeira).
São muitos os critérios para diagnosticar o transtorno. Deve-se responder um questionário para avaliação de alguns sintomas, esses sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade, devem causar problemas em pelo menos dois contextos diferentes (vida familiar, escolar ou social) e é necessário descartar se os sintomas refletem algum problema psicológico ou psiquiátrico. A análise clínica do caso deve ser extensa – ou seja, não é possível fazer diagnóstico em uma sessão rápida, apenas checando a lista de sintomas.
É confirmado pelo otorrinolaringologista que, através de exames específicos, determinará as causas da respiração bucal.
O tratamento se faz com o uso de medicamentos estimulantes do sistema nervoso associado à terapia psicológica.
Quanto mais precoce o início do tratamento melhores serão os resultados, pois o comprometimento emocional será menos acentuado.
Saiba mais: www.tdah.org.br
O tratamento proposto poderá ser clínico e/ou cirúrgico, dependendo de cada caso.
O tratamento do respirador bucal é multidisciplinar, podendo envolver otorrinolaringologista, dentista ortopedista funcional, pediatra, alergista, homeopata, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e psicólogo.
A participação de todos estes profissionais se fará necessária quanto maior for a severidade do problema.
Há que se eliminar a causa da respiração bucal e corrigir, quando necessário, as alterações ósseo-musculares já instaladas.
O tratamento precoce é indicado pois toda alteração que envolve o crescimento e desenvolvimento dos ossos maxilares e arcadas dentárias, tem a tendência de se tornar mais difícil com o passar do tempo.
Casos considerados simples quando tratados na dentição de leite, sem o tratamento oportuno, podem se transformar em casos unicamente cirúrgicos.
Prevenção é a conduta terapêutica, antes ou durante a enfermidade, para impedir que ela se instale e/ou progrida a fim de alcançar a cura parcial ou total.
Objetivo: Impedir a instalação da respiração bucal e corrigir suas seqüelas.
Fatores educacionais:
Orientar sobre a importância e estimular:
Orientar sobre a os efeitos nocivos e eliminar:
Encaminhar ao otorrinolaringologista ou alergista para:
O dentista irá atuar em:
Desvios já instalados:
Encaminhar ao otorrinolaringologista ou alergista para:
No consultório odontológico:
Caso haja correção da forma das arcadas dentárias sem o devido restabelecimento do padrão correto de respiração nasal, haverá recidiva do tratamento. Nesse momento, é importante:
Todo e qualquer tratamento de doenças se dá de acordo à gravidade das mesmas.
Seguindo os princípios da homeopatia, o doente adoece antes mesmo de a doença aparecer no corpo físico. Assim, a promoção da sáude se dá quando valorizamos e estimulamos aspectos fundamentais de qualidade de vida: alimentação saudável, sono reparador, lazer e afeto.
Então, a resposta do sistema imunológico será adequada frente a todo tipo de agressão normal que enfrentamos, seja ela de caráter emocional, físico ou químico. O desequilíbrio do sistema como resposta será passageiro, retornando ao seu estado de normalidade.
Em casos onde o sistema imunológico não consegue uma resposta tão equilibrada, o corpo adoece e precisamos usar de recursos medicamentosos. Desde a medicina homeopática à alopática, há inúmeras possibilidades complementares para a recuperação desse equilíbrio. O corpo pede repouso, o sistema imunológico é estimulado e após um período médio de 10 dias, o corpo se restabelece.
Mas, há casos em que a doença instalada está tão crônica que já não há condições básicas de qualidade de vida. Esse é o caso do respirador bucal crônico. É impossível ter qualidade do sono – que é um dos aspectos fundamentais de equilíbrio do sistema.
A hipertrofia das adenoides, assim como das amigdalas palatinas, é muito comum na infância. As adenoides já existem desde a idade lactente, atingindo seu maior volume no decorrer da primeira infância e sofrendo involução fisiológica durante e após a puberdade.
Os sintomas de hipertrofia de adenoides são de ordem de obstrução nasal, o que determina respiração bucal de suplência, presença e estagnação de exsudatos catarrais ou purulentos nas fossas nasais, e tendência a surtos de otites médias aguda de repetição, otite média crônica do tipo secretor, e sinusopatias. A criança dorme de boca aberta, ronca, baba no travesseiro, tem sono agitado. Há facilidade para surtos de resfriados, tosse espasmódicas, rouquidão e até laringite estridulosa, além da voz anasalada.
Com o passar do tempo, a obstrução nasal dá origem a deformação dos traços fisionômicos – facies adenoideana – boca entreaberta, lábio superior elevado, fisionomia inexpressiva e tendência a babar. O palato (céu da boca) torna-se elevado e, com frequência há prognatismo da arcada superior. O atraso mental e os diversos distúrbios no desenvolvimento esquelético, principalmente tórax, são frequentemente associados.
As otites de repetição podem ser comuns e acarretam comprometimento auditivo em crianças que estão justamente na idade de aquisição de linguagem e escrita.
A amigdalite crônica é o processo inflamatório crônico das amígdalas palatinas, caracterizado por crises inflamatórias agudas de repetição (mais de quatro por ano), acompanhada de febre, placa purulenta, linfadenopatias, inapetência e perda de peso.
Em casos extremos é indicada a cirurgia como tratamento da doença. Isso porque os órgãos deixaram de desempenhar a capacidade imunitária, passando a ser foco de infecção e agredindo o organismo através do impeditivo às funções normais.
(colaboração de Dr. Fernando Lerro – otorrinolaringologista)
CROSP 47750